6.5.07

VALE DOS VINHEDOS NO OUTONO

Eu já conhecia o Vale dos Vinhedos, mas nunca havia estado lá no outono. Não há como descrever a beleza da paisagem, com os tons quentes, avermelhados e suaves dos parreirais e das alamedas de plátanos.
Não fiz exatamente um passeio, pois estava acompanhando um grupo de professores universitários da Geografia da UFRGS em trabalho de campo fazendo visitação às vinícolas. Costumo brincar com Aldomar, dizendo que geógrafos não viajam a passeio, fazem "trabalho de campo"! Estavam no grupo um professor francês, Hervé e sua esposa, professora brasileira Neli, ambos vivendo em Sampa temporariamente; Rosa e seu companheiro Antônio, ela professora de geografia da UFRGS; Ivanira, professora da UCS; Aldomar, professor de geografia da UFRGS, e eu, que não sou geógrafa, não faço trabalho de campo, mas adoro um pé na estrada...
Enquanto a prof. da UCS, que assumiu o papel de nossa "guia", discorria sobre as vinícolas, os produtores, etc., e todos escutavam atentamente, eu matei aula e me distraí fazendo o que mais gosto: fotografando ao sol, apreciando detalhes da natureza,observando a cultura local à minha maneira.
Estivemos à tarde na Linha Caravaggio, por um trajeto que passa por entre vinhedos coloridos no meio do vale. Neste local há uma igreja e um salão paroquial. Depois de espiar a janela (veja foto) decidi entrar para dar uma olhada. Havia só homens lá dentro, um lugar enorme. Todos reunidos em pequenas mesas, tomando cerveja e jogando cartas, ao fundo uma parede cheia de troféus, desses de campeonato de futebol. Nenhuma mulher. Acho que por isso mesmo, assim que dei dois passos através da porta, um deles me abordou: o que a senhora quer? Dar uma olhada, eu disse. Pois então olhe!, me respondeu... E olhei mesmo, fui até o balcão, pedi uma cerveja e a coisa amenizou quando Aldo veio beber comigo!
Cotovelo no balcão e bebendo cerveja bem gelada e não um vinho tinto, para provável indignação da nossa "guia", italiana da gema, me parei a ler um enorme quadro de avisos na parede de azulejos brancos à nossa frente, dei uma olhada ao redor e perguntei se ali aconteciam bailes. Não senhora! Isso aqui é uma casa paroquial, não ia ficar bem!, me respondeu o homem do balcão...
Não vi uma única mulher, deviam estar em casa fazendo pão, cuidando dos filhos ou sei lá o que mais, enquanto os homens bebiam cerveja - e não vinho, como talvez fosse de esperar. Mas tinham razão: com quase 30 graus, cai bem mesmo uma cerveja gelada.
Adorei o passeio e só lamento não ter podido conversar mais com Hervé e Neli, pessoas muito simpáticas e queridas e que moram longe de nós. Mas fica para uma próxima!
A colônia italiana do Rio Grande do Sul é toda linda, se vê casas muito boas. NO Vale dos Vinhedos, vemos as famílias de vinicultores se capacitando, filhos na universidade, enólogos,todos se qualificando cada vez mais. Não provei os vinhos, pois não sou dada a degustações ao meio dia (só no café da manhã e à noite, brincou Hervé comigo) mas já os provei em outros momentos e tenho a minha vinícola favorita. Só não vou dizer aqui qual é pra não fazer propaganda de graça, né?
Os vinhedos são fantásticos, inútil tentar descrever. Melhor é vc ir lá pra ver. Aqui nessas fotos tem apenas uma pequena amostra do que eu vi.







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