A preguiça é um estado de alteração de consciência. Lentamente você vai entrando numa espécie de realidade artificial, onde só há sofás, poltronas, livros, biscoitos, dvds, revistas, frutas, mais livros, lençóis, café, sonhos... Você nem precisa fechar os olhos, simplesmente se entrega para essa viagem que - você sabe perfeitamente bem - um dia tem que acabar. O calendário se confunde, vc não sabe mais que dia é hoje. As horas? Você ignora. Quando percebe está completamente tomado por essa sensação de aaaais, huuuuummmmmmms e bocejos que por mais que vc durma insistem em lembrá-lo de que vc pode dormir um pouquinho mais.
Ah, a preguiça! Como não ficar dependente dessa droga, que engorda, enferruja e ignora sua capacidade de pensar e fazer algo produtivo? Você até pensa em sair dela, mas ela lhe puxa, insiste: fica mais um pouquinho, vai... (a preguiça é sedutora!) E você rola para o lado dela mais uma vez, mais uma vez.
O poeta propôs a preguiça como um método de trabalho. Duvido que ele tenha conseguido. Ou se escreve e não se tem preguiça, ou se tem preguiça e não se escreve. Por falar nisso, tá me dando uma preguiiiiiça... Que horas serão, hein?
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